Moda sustentável e a geração de tecidos Biotech

moda sustentável é um assunto crescente na sociedade, principalmente por conta da cadeia de consumo desenfreado, que está cada vez maior e se tornando ainda mais prejudicial ao meio ambiente, podendo, em breve, se converter em danos irreversíveis. Para tentar mudar o quadro, muitas marcas estão começando a investir em novos métodos e buscando conscientizar seus clientes para este cenário.

Diversos processos na cadeia produtiva de moda são maléficos para o meio ambiente, como a produção de algodão, que mesmo sendo uma fibra natural, ocupa a 4ª posição no ranking de plantações que levam mais agrotóxicos. Além do crescente uso do poliéster e do nylon, que não são materiais biodegradáveis e geram toneladas de resíduos têxteis, os quais acabam em aterros sanitários. Para não esgotarmos as fontes de matérias-primas, precisamos pensar em soluções e passar a consumir uma moda sustentável, que pode incluir tecidos biotech, por exemplo.

Jeans biodegradável de urtiga

Uma peça jeans é, com certeza, uma das que mais utilizam água para sua fabricação, e isso acontece porque os processos de produção, principalmente de tingimento do algodão, necessitam de muita água. Além disso, são usados corantes artificiais altamente poluentes que acabam contaminando os locais onde são descartados.

A Pangaia é uma marca com várias técnicas biotech, e a ideia que eles tiveram é muito interessante: produzir um jeans de urtiga, que é criado através da mistura entre urtiga selvagem do Himalaia e algodão orgânico. Essa planta é um recurso naturalmente regenerativo.

Outra opção que coloca a moda sustentável em prática, foi o denim criado pela marca Stella McCartney em colaboração com a marca italiana Candiani. Feito com fibras de algodão orgânico que envolvem uma camada de borracha natural, o material não leva qualquer plástico ou microplástico em sua trama, o que é essencial para não poluir a natureza no processo de decomposição.

Seda de rosas

A seda não é um tecido vegano, por isso, a criação de um material similar feito a partir de uma base vegetal, como as rosas, é tão importante. A responsável por essa inovação foi a marca Collina Strada, onde, a partir de caules de rosas, petalas e outros resíduos naturais de roseiras, o material foi transformado em uma fibra de celulose biodegradável. É uma ótima alternativa à base de plantas à seda, oferecendo suavidade e brilho semelhantes.

Comprometida com uma moda sustentável, Collina Strada também utiliza matéria-prima reciclada do mercado de Kantamanto, em Gana, local onde toneladas de roupas são descartadas – enviadas de países como os EUA. A etiqueta compra esses resíduos e doa para a OR Foundation, organização que planeja construir uma fábrica para converter o lixo têxtil de Gana em casacos e casas de isolamento.

Couro de abacaxi

A marca Ananas Anam, reinventou diversos produtos assinados pela Nike usando o Piñatex®, uma alternativa ao couro feita dos resíduos agrícolas do abacaxi, incluindo fibras vegetais das folhas e caules. Esse material foi criado pela Dra. Carmen Hijosa, que desenvolveu a ideia enquanto trabalhava como consultora de artigos de couro na década de 1990, e testemunhou o impacto ambiental catastrófico da produção em massa dessa matéria.

A produção biotech do Piñatex® evitou que cerca de 825 toneladas de folhas fossem queimadas, impedindo que 264 toneladas de CO² fossem liberados na atmosfera. Desde que começou a ser comercializado em 2016, o Piñatex® tem sido usado por centenas de marcas, incluindo Hugo Boss, H&M e Nike.

Fonte: Steal the Look Fotos: Getty Image / Stock Photos / Freepik

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*